O PL montou uma força-tarefa para tentar reverter a crise com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), desencadeada por ataques do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) na redes sociais.
Senadores do partido foram escalados para tentar demover Alcolumbre de seguir adiante com ação judicial e no Conselho de Ética da Câmara contra o parlamentar. A expectativa do PL é que, no início da próxima semana, o desgaste esteja contornado.
Gayer fez publicações sexistas contra a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, envolvendo também Alcolumbre, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o líder do PT, deputado Lindbergh Faria (PT-RJ), casado com a ministra.
O ataque ocorreu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em referência a Gleisi, ter dito que escolheu uma “mulher bonita” para uma aproximação com o Congresso.
Em suas redes sociais, o deputado escreveu: “Ofereceu Gleisi Hoffmann como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”. “E aí, Lindbergh Farias, vai mesmo aceitar o seu chefe oferecer sua esposa para o Hugo Motta e Alcolumbre como um cafetão oferece uma GP?”, disse.
Gayer chegou a publicar: “Me veio a imagem da Gleisi, Lindbergh e Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”. A postagem foi apagada.
Integrante da tropa bolsonarista e eleito com mais de 200 mil votos em 2022, Gayer conta com o apoio da cúpula do PL.
“O deputado tem imunidade”, disse à CNN o presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
Já o líder do PL na Câmara, Sóstenes Calvacante (RJ), disse que Gayer, ao apagar a publicação sobre o trisal, reconheceu o erro. Partiu dele a orientação para que o deputado enviasse um áudio para Davi Alcolumbre se desculpando. O presidente do Senado não respondeu.
“Ele errou, viu que exagerou. É lamentável o que ele escreveu. Além tudo, foi ruim para toda a oposição, pois desviou o foco da fala do presidente Lula, que ele estava criticando”, disse Sóstenes.
O líder afirmou que pediu para o líder do Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RJ), o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ, e o senador Marcos Rogério (PL-RO) buscarem uma conciliação com Alcolumbre.
“Espero que em 48 horas isso esteja contornado. Se preciso, eu também falo com o presidente Alcolumbre, que foi meu colega de Câmara e de partido”, disse.
Na quinta-feira, Alcolumbre disse que estava “analisando” com advogados uma representação contra Gayer.
“[Estou avaliando] fortemente. Está com os advogados, analisando a representação sobre a fala do deputado federal em relação ao episódio que envolve um deputado federal, um senador e um ministro de estado. O que está dificultando no Brasil é as pessoas agredirem as outras sem medir o que estão falando”, disse Alcolumbre.
Nesta sexta-feira, o Partido dos Trabalhadores (PT) já enviou uma denúncia ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação de Gayer pelos ataques à ministra Gleisi Hoffmann.