O Supremo Tribunal Federal (STF) quer ganhar tempo e atingir o seu objetivo político de ter a condenação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados o mais rápido possível, afirmou o comentarista Caio Coppolla no programa O Grande Debate desta quinta-feira (13).
O ministro Cristiano Zanin marcou para os dias 25 e 26 de março o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outros denunciados sobre um suposto plano de golpe de Estado.
O ex-presidente, por sua vez, criticou a “rapidez” do Judiciário e disse que “o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz”.
“Em 2005, estourou o escândalo do mensalão. O que era o mensalão, nada mais era que uma tentativa bem sucedida de suborno do Congresso pelo poder executivo com dinheiro vindo de corrupção. Ou seja, naquele caso, um escândalo que estourou em 6 de junho de 2005, o início do julgamento foi 6 de agosto de 2012, portanto 7 anos depois. É engraçado que até o número de réus é parecido, 38 réus no caso do mensalão e agora são 34 réus no caso da teoria conspiratória do golpe, mas vejam vocês a diferença do ânimo do tribunal em relação a um caso e outro”, opinou Coppolla.
“Tem manchetes da imprensa: ‘STF prevê julgar Bolsonaro por golpe ainda em 2025 para evitar contaminação do processo eleitoral’, aqui os jornais citam como fonte, obviamente sem atribuir os respectivos nomes, os próprios ministros e as suas assessorias. Mas é impossível fazer uma previsão nesse sentido porque é um julgamento muito complexo, que pode exigir perícia, uma série de infindáveis recursos. A gente sabe que só na defesa do Lula, somando os dois casos em que houve condenação penal, foram centenas de recursos interpostos”, disse.
“É grave a denúncia da Transparência Internacional que reputou o atual sistema como ‘judiciário de coalizão’, ou seja, o aparelhamento da justiça pelo governo de turno para ter decisões judiciais favoráveis”, defendeu.