A oito meses da COP30, que acontece em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, afirmou na segunda-feira (10) que a conferência deverá ser “sóbria”, e não “promocional”.
“Advogo que essa COP tem que ser uma COP sóbria, não é uma COP promocional. Eu diria que tem que ser uma COP referencial. Fazem dez anos do Acordo de Paris, que nos trouxe aqui. A partir de agora, como é que nós vamos caminhar nessa agenda de alinhar as NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas] do mundo inteiro ao não ultrapassar 1,5 ºC de temperatura”, disse a ministra em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura.
Marina respondia a uma pergunta sobre como evitar que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima se torne um evento exclusivo sobre florestas, e marginalize a discussão sobre as cidades.
“É uma COP na Amazônia, é uma COP no Brasil. É um espaço de 196 países, que é o espaço da ONU [Organização das Nações Unidas], que vai ter que discutir todos os temas, meios de implementação, vai ter que discutir a continuidade da agenda de mitigação e adaptação“, defendeu.
Segundo a ministra, após anos de discussão em todo o mundo sobre como lidar com as questões ambientais, a conferência deverá ser o momento de tratar da implementação das políticas.
“Durante esses 33 anos, nós debatemos, nós criamos caderno de regra, nós criamos processos e estruturas. Agora não tem para onde ir. Nós já estamos vivendo sob os efeitos da mudança do clima, com a emergência climática“, afirmou.
Ainda nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um telefonema do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, sobre a mobilização para o evento.
Na ligação, Lula enfatizou a importância de que as novas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa estejam alinhadas ao objetivo de manter o aumento da temperatura global em até 1,5º C, de acordo com a declaração emitida pelo Palácio do Planalto.
Já o chefe da ONU informou que manteve contato, nos últimos dias, com mais de 30 países e que quase todos eles estão trabalhando para apresentar novas metas sustentáveis em breve.